IMPOSTÔMETRO


domingo, 18 de dezembro de 2011

Reações criminosas aos escândalos


Por Blog Democratas
É tão alto o número de ministros do governo Dilma Rousseff afastados por suspeitas de irregularidades que é difícil ter todos os nomes de cabeça. Mais uma vez: Antonio Palocci, da Fazenda; Alfredo Nascimento, dos Transportes; Wagner Rossi, da Agricultura; Pedro Novais, do Turismo; Orlando Silva, do Esporte e Carlos Lupi, do Trabalho.
Os escândalos petistas da área federal vêm de longe. No mínimo desde 2004, quando Waldomiro Diniz, assessor do ex-ministro da Casa-Civil, José Dirceu, foi flagrado por câmeras de segurança pedindo propina a um bicheiro.
Desde então, é escândalo praticamente todo mês, com destaque para o chamado mensalão de 2005 – a compra ilegal de parlamentares da base aliada com o intuito de garantir apoio no Congresso. Mas a reação de alguns integrantes do Partido dos Trabalhadores a esses escândalos se tornou outro escândalo por si só. A edição desta semana da revista Veja mostra que a contra-ofensiva ao chamado mensalão foi uma imensa e criminosa fraude contra os oposicionistas.
Em 2006, um estelionatário, Nilton Monteiro, foi contratado por integrantes do PT para forjar uma lista com o intuito de incriminar integrantes da oposição. A ideia era fazer uma armação para parecer que deputados teriam recebido recursos ilegais da estatal Furnas, nos últimos anos da era FHC.
Como compensação à farsa, Nilton teria facilidade em fazer negócios com o governo federal.
Entre as vítimas das fraudes grosseiras estavam os deputados Rodrigo Maia, futuro presidente do Democratas, e José Carlos Aleluia, atual presidente da Fundação Liberdade e Cidadania (FLC). O fraudador hoje está preso. Escutas com autorização judicial mostram o estelionatário ameaçando contar tudo o que sabe caso não seja protegido pelos petistas que o contrataram. Foi esse estado de coisas de total descalabro herdado por Dilma Rousseff ao tomar posse em 2011. Escândalos de um lado e reações criminosas às denúncias de outro.
Para que a presidente não ficasse tão mal em meio a tantas dificuldades nessa seara, até inventaram um nome para o processo de saída de ministros que caem devido a um esquema corrupto consagrado no governo anterior: faxina. Nada mais enganador, pois todos os auxiliares só foram à lona após denúncias na imprensa.
A intenção do governo era não fazer mais mudanças no ministério após a queda de Orlando Silva. Foi surpreendido, entretanto, com as inúmeras denúncias de corrupção contra a pasta do Trabalho. Entre outras acusações, auxiliares de Carlos Lupi cobrariam propina para registrarem sindicatos.
A quantidade tão grande de ministros abatidos até gerou uma tese factível: Dilma estaria por trás da saída dos ministros, que foram escolhidos por Lula e não por ela. Mas essa teoria já tem falhas, pois o alvo agora está sobre o titular do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, companheiro de militância da presidente.
Assim como Palocci, Pimentel recebeu milhões de Reais no ano passado por serviços de “consultoria”. Ao contrário do ex-ministro da Fazenda, revelou quem eram seus clientes, entre eles a Fiemg, a Convap engenharia e a ETA Bebidas do Nordeste. Mas ainda não mostrou que tipo de trabalho fez, aumentando as suspeitas de que recebia apenas para fazer tráfico de influência.
Outro que anda na corda-bamba é o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP). Não tem apoio de todo seu partido e é acusado de ser conivente com uma falsificação de documentos que alterou o escopo das obras de mobilidade urbana para Cuiabá sediar os jogos da Copa.
Fora da esplanada dos ministérios, mas igualmente enrolado, está o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Com base em investigação da Polícia Federal, reportagem da Isto É desta semana mostra que o ministro não tem como explicar o enorme enriquecimento de sua família, ocorrido nos últimos três anos.
A esperança dos petistas agora também pode ser mais uma fraude. Para atacar a oposição se fiam em um livro escrito por um integrante de campanha do governo Dilma Rousseff contra o processo de privatização ocorrido na era FHC.
O autor, o jornalista Amauri Ribeiro, foi indiciado pela Polícia Federal. O livro ainda foi pouco lido, apesar da empolgação dos petistas. Se o modus operandi das reações aos escândalos foi repetido nesse caso, pode ser mais um bumerang contra os que perseguem a oposição ao invés de tratarem a coisa pública com o devido respeito.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Oportunidade política e oportunismo


Por Maurício Cazagrande
O que direciona uma sociedade é a política de um modo sistêmico e amplo. É um momento de possibilidade importante com poder para escolher entre a população os eleitos, responsáveis pela condução do destino de uma cidade, um estado ou país. A eleição traduz o nível de democracia paroquial ou regional.
São as eleições que mudam ou renovam o poder público nos sistemas representativos. A partir destas informações, desejo comentar sobre oportunidade política e oportunismo, numa disputa eleitoral.
A oportunidade é este momento de circunstancia favorável que a população tem para ampliar as suas conquistas. Na próxima eleição para prefeito e vereadores, em 2012, todos os municípios farão uma discussão, a campanha eleitoral, para escolher as melhores propostas de administração dos bens públicos. É nesta fase que o usuário deve avaliar a eficiência das políticas públicas.
Assim, a oportunidade política, proporcionada pelo momento histórico e legítimo da eleição, é imensa e favorável para que a população busque melhores dias e ampliação da qualidade de vida. É neste momento que devemos mensurar a real situação das ações em saúde pública, educação, cultura, geração de empregos, segurança, meio ambiente, infra-estrutura, assistência social e habitação popular.
Para os cidadãos envolvidos com a política partidária, também surge a oportunidade de contribuir ainda mais na elaboração de projetos, planos e ações que serão apresentados no embate eleitoral. Todos os políticos legítimos e com afinidade com o município ganham a possibilidade real de auxiliar os conterrâneos na superação das doenças, ignorância e pobreza.
O sentido da palavra oportunidade foi difundido no século XVI, na época das grandes navegações. Sem motores propulsores, os navios não tinham força para sair do porto. Então, precisavam de ventos fortes, que foram nomeados de “oportunidade”, para içar as velas. É célebre a recomendação do historiador Inglês Thomas Fuler (séc. XVII) que aconselha “quando o vento soprar, você deve içar sua vela”.
O oportunismo é uma expressão derivada e pejorativa do termo oportunidade. Caracteriza-se naquela postura de tirar proveito das circunstâncias num dado momento em benefício de seus interesses pessoais. A população, o eleitor comete oportunismo quando se esquece de participar do processo eleitoral, deixa de lado as avaliações e no momento de escolher vende o voto. Um gesto individualista que despreza a oportunidade de mais ganhos sociais.
O político oportunista é aquele que aparece de um contexto alheio a cidade e mostrando-se salvador da pátria. São falsos representantes que buscam na ignorância e fragilidade material da população humilde o aliciamento do voto, através de milagrosas promessas. Muitos candidatos oportunistas já são políticos, nada fazem, e buscam nas circunstancias mais espaço de poder. Outros são verdadeiros aventureiros e se lançam sem a mínima responsabilidade, só pelo interesse das conquistas pessoal e familiar.
 Contudo, oportunidades políticas são importantes para o bem comum e oportunismos geram atrasos irreparáveis para todos. Sempre esperamos por oportunidades. Alguns afirmam que nunca tiveram oportunidades. Assim, é aprazível a valorização dos momentos oportunos, pois alguns afirmam que a oportunidade surge uma única vez. Na política a população tem oportunidade sempre que acontece uma eleição.