Por Maurício Cazagrande
O que direciona uma sociedade é a política de um modo sistêmico e amplo. É um momento de possibilidade importante com poder para escolher entre a população os eleitos, responsáveis pela condução do destino de uma cidade, um estado ou país. A eleição traduz o nível de democracia paroquial ou regional.
São as eleições que mudam ou renovam o poder público nos sistemas representativos. A partir destas informações, desejo comentar sobre oportunidade política e oportunismo, numa disputa eleitoral.
A oportunidade é este momento de circunstancia favorável que a população tem para ampliar as suas conquistas. Na próxima eleição para prefeito e vereadores, em 2012, todos os municípios farão uma discussão, a campanha eleitoral, para escolher as melhores propostas de administração dos bens públicos. É nesta fase que o usuário deve avaliar a eficiência das políticas públicas.
Assim, a oportunidade política, proporcionada pelo momento histórico e legítimo da eleição, é imensa e favorável para que a população busque melhores dias e ampliação da qualidade de vida. É neste momento que devemos mensurar a real situação das ações em saúde pública, educação, cultura, geração de empregos, segurança, meio ambiente, infra-estrutura, assistência social e habitação popular.
Para os cidadãos envolvidos com a política partidária, também surge a oportunidade de contribuir ainda mais na elaboração de projetos, planos e ações que serão apresentados no embate eleitoral. Todos os políticos legítimos e com afinidade com o município ganham a possibilidade real de auxiliar os conterrâneos na superação das doenças, ignorância e pobreza.
O sentido da palavra oportunidade foi difundido no século XVI, na época das grandes navegações. Sem motores propulsores, os navios não tinham força para sair do porto. Então, precisavam de ventos fortes, que foram nomeados de “oportunidade”, para içar as velas. É célebre a recomendação do historiador Inglês Thomas Fuler (séc. XVII) que aconselha “quando o vento soprar, você deve içar sua vela”.
O oportunismo é uma expressão derivada e pejorativa do termo oportunidade. Caracteriza-se naquela postura de tirar proveito das circunstâncias num dado momento em benefício de seus interesses pessoais. A população, o eleitor comete oportunismo quando se esquece de participar do processo eleitoral, deixa de lado as avaliações e no momento de escolher vende o voto. Um gesto individualista que despreza a oportunidade de mais ganhos sociais.
O político oportunista é aquele que aparece de um contexto alheio a cidade e mostrando-se salvador da pátria. São falsos representantes que buscam na ignorância e fragilidade material da população humilde o aliciamento do voto, através de milagrosas promessas. Muitos candidatos oportunistas já são políticos, nada fazem, e buscam nas circunstancias mais espaço de poder. Outros são verdadeiros aventureiros e se lançam sem a mínima responsabilidade, só pelo interesse das conquistas pessoal e familiar.
Contudo, oportunidades políticas são importantes para o bem comum e oportunismos geram atrasos irreparáveis para todos. Sempre esperamos por oportunidades. Alguns afirmam que nunca tiveram oportunidades. Assim, é aprazível a valorização dos momentos oportunos, pois alguns afirmam que a oportunidade surge uma única vez. Na política a população tem oportunidade sempre que acontece uma eleição.
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