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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O programa Democratas e as aspirações populares

No ar na última quinta-feira, em rede nacional de televisão, a inserção partidária do Democratas surpreendeu ao tocar com sutileza temas complexos e polêmicos, como privatização, segurança pública, e tamanho do Estado.

Assista ao programa: http://migre.me/7aPpV

Assinado pelo jornalista e publicitário José Fernandes, o programa apresentou de forma leve e descontraída ideias, posicionamentos e bandeiras do Democratas – um dos partidos ideologicamente mais coesos do País.
Por exemplo, por meio do senador Demóstenes Torres, o programa deixou claro que a escalada de violência no Brasil não terá fim enquanto as leis penais não forem mais rígidas.
Já o ex-presidente do partido, Rodrigo Maia, avisou que não adianta ocupar as áreas mais violentas das cidades com forças policiais se não houver contrapartidas em serviços públicos.
O presidente José Agripino colocou o dedo na ferida com relação ao caos aéreo. Em 2007, o partido promoveu um seminário sobre transporte aéreo cujas conclusões apontavam para a necessidade de conceder o setor à iniciativa privada. O texto foi entregue ao governo.
O governo ignorou a sugestão e continuou a atacar as privatizações em suas campanhas eleitorais. Com a superlotação no transporte aéreo e a proximidade da Copa, foi obrigado a mudar de ideia. Na semana passada anunciou o edital de concessão dos principais aeroportos do Brasil.

Hoje, o brasileiro viaja mais de avião do que de ônibus. Uma prova de que a preocupação do Democratas possui forte respaldo popular.


Após o processo de produção, o programa foi avaliado por grupos qualitativos no Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Curitiba e Belo Horizonte. Foi amplamente aprovado.
“Submetida à avaliação de jovens e adultos de ambos os sexos, de 18 a 55 anos, o programa do Democratas despertou interesse e foi aprovado em todos grupos, pela linguagem simples e objetiva, pertinência dos temas abordados com a agenda da população (violência, corrupção, imposto) e clareza das propostas e teses defendidas pelo partido”, afirmou a antropóloga e pesquisadora Adriana Seixas, da Mercadológica, instituto de pesquisas com sede em Belo Horizonte que avaliou a nova estratégia de comunicação do Democratas.
De acordo com a antropóloga, o programa dialoga com facilidade com a nova classe media, “abrindo uma janela de esperança, principalmente para os segmentos que hoje sentem-se frustrados com a atuação dos atuais governantes e políticos de maneira geral”.
Ainda segundo a pesquisadora, “com essa linha de comunicação, o Democratas se reposiciona e se aproxima de forma eficaz de segmentos da população que vem almejando mudanças políticas nos últimos anos”.
Além do sucesso popular, o programa teve repercussão razoável nos órgãos de comunicação.
Para o colunista da Folha de S. Paulo, Josias de Souza, “a legenda dedica-se agora a exibir o que todos dizem faltar à oposição: uma plataforma. O DEM tenta virar a página, eis a impressão que salta da propaganda. De saída, faz o que o tucanato sempre hesitou em fazer: defende o pedaço benfazejo do legado da Era FHC”.
De acordo com a revista Veja, o Democratas buscou a classe média na propaganda.


O jornal Valor se concentrou em uma frase do presidente Agripino: “Enquanto alguns fraquejam, e mudam de lado, o Democratas continua firma nas suas posições e nas suas convicções, porque queremos um Brasil eficiente”, interpretada como uma crítica ao PSD.

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