Terra das Monções
A história de Porto Feliz começa a ser contada a partir de 1693, quando um povoado começou a se formar junto à margem esquerda do Rio Tietê, na época chamado Rio Anhemby, nas terras de Antonio Cardoso Pimentel, que decidiu povoar o local junto com sua família e seus empregados, numa terra que era conhecida como Araritaguaba, que significa “lugar onde as araras comem areia”.
Por essa região começaram a passar inúmeros bandeirantes que estavam em busca das riquezas então anunciadas no Mato Grosso e em Goiás, isso já no século XVIII. Por sorte, o povoado havia se desenvolvido em torno de um estratégico porto natural junto ao primeiro trecho navegável do rio depois de Salto. Um local que passou a servir de ponto de partida de inúmeros bandeirantes e das chamadas monções, que eram expedições comerciais e científicas que partiam para o Oeste. Porto que teve uma grande importância para todo o país e que passou a ser conhecido como o “porto feliz”, cujos moradores chamavam a atenção por sua alegria e hospitalidade, principalmente quando as expedições fluviais retornavam, motivando uma enorme festa.
A palavra monção é de origem árabe e significa “estação do ano em que se dá determinado fato”. No Brasil, o termo deu nome às grandes expedições fluviais que se realizavam no século XVIII com destino às terras do Oeste, após a descoberta das minas no Mato Grosso e em Goiás. Eram organizadas entre os meses de abril e setembro, época considerada mais propícia.
Existiam dois tipos de monções: as Reiunas (ou Oficiais) e as Particulares. As primeiras eram organizadas pelo Governador, com o fim de transportar forças militares e autoridades administrativas. E as particulares eram de iniciativa privada e objetivavam unicamente o comércio com as zonas de mineração. A última Monção particular de que se teve notícia em Porto Feliz foi a de Fermino Ferreira. Seu fim se deu diante da dificuldade de passar pelas cachoeiras e corredeiras. Com o tempo, passaram-se a utilizar novos caminhos, à medida que o ouro de Cuiabá e Goiás ia acabando.
Inicialmente, Porto Feliz pertenceu à comarca de São Paulo e depois à de Itu. Posteriormente, vinculou-se à comarca de Piracicaba. Anos depois, ficou novamente subordinada à comarca ituana. Em 1874, passou a subordinar-se à então recém-criada comarca de Capivari, até passar para a comarca de Tietê. Finalmente, em 1885 foi criada a Comarca de Porto Feliz. A cidade, porém, continuou sem autonomia jurídica por mais cinco anos, período em que outra vez pertenceu à Comarca de Capivari. Somente em 1890 ganhou sua autonomia, com a nomeação do primeiro Juiz de Direito de Porto Feliz.
A Comarca portofelicense era formada pelos municípios de Porto Feliz, Boituva e Iperó, respondendo também pelo Distrito de Bacaetava.
Parabéns Porto Feliz pelo povo trabalhador, pela sua rica história e pela importância que tem para o Estado de São Paulo e para o Brasil.
Parabéns Porto Feliz pelos seus 214 anos!
Homenagem do Democratas de Porto Feliz à Terra das Monções!!!
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